Ele foi ‘Caniggia’ no Corinthians, fugiu de terremoto e superou o zika para ser campeão

A vida de um jogador pode proporcionar as mais diferentes aventuras e ter que lidar com situações como frio, terremotos e até zika vírus. Com apenas 27 anos, o meia Ricardinho já morou em países como Sérvia, Bolívia, Nicarágua, África do Sul e Tunísia pelo sonho de viver do futebol.

Após começar na escolinha Chute Inicial, ele foi aprovado em um teste no Corinthians, em 2000. Pelas categorias de base do clube, atuou ao lado de Lulinha, Éverton Ribeiro e Fágner. No terrão corintiano ganhou o apelido de um famoso atacante argentino que foi carrasco do Brasil na Copa do Mundo de 1990, na Itália.
“A molecada me chamava de Caniggia porque eu tinha um cabelo comprido. Eles gostavam de brincar comigo”, contou Ricardinho, atualmente no Persipura, da Indonésia, ao O meia ficou até 2004 e venceu alguns torneios pelo interior paulista, antes de sair do Parque São Jorge. Depois disso, ele passou ainda por Grêmio Barueri União Mogi e Portuguesa antes de chegar ao Paulista de Jundiaí, no qual se profissionalizou em 2007.Neste período, Ricardinho viveu sua primeira viagem internacional. “Joguei um campeonato Sub-20 e fui fazer um teste em um time da África do Sul. Foi uma experiência meio ruim e passei um pouco de dificuldade”.

Ele ainda atuou por clubes como São Bento, Comercial, Marília, Roma de Apucarana e por dois times da Sérvia antes de ir para a Bolívia.
“Foi um dos melhores países que passei para fazer amizade, são muito acolhedores, mas muito pobres. Tem uma família que temos contato até hoje. Eles virão ao Brasil me visitar, são muito honestos e me ajudaram demais na adaptação”.
No país, ele ficou famoso por dar um drible digno de Ronaldinho Gaúcho quando atuava pelo Guabira, em 2015, que foi eleito o lance mais bonito do Campeonato Boliviano da segunda divisão. Além disso, subiu o time para a elite nacional.
No ano seguinte, ele foi atuar pelo Real Esteli, da Nicarágua. No país, Ricardinho chegou com status de estrela. “Os caras eram fantásticos me receberam bem demais. Fui a tudo que é canal de televisão”.

Mas também viveu um dos maiores sustos, quando passou por um terremoto pela primeira vez em sua vida.
“Foi uma coisa louca, estava deitado e minha esposa no banheiro e a cama estava tremendo. Daí, eu olhei para trás e saímos correndo para a rua no desespero. Morávamos no segundo andar de um prédio. Nós tínhamos um amigo taxista e ficamos rodando mais de uma hora na rua porque não queria ficar em casa”.
Além disso, ele acabou infectado pelo zika vírus e teve transtornos intestinais que o deixaram de fora dos gramados por um bom tempo.
“Fiquei um mês parado e foi bem complicado. Foram 15 dias na cama e cheio de dores pelo corpo. Mesmo com todas essas enfermidades ainda fiz uma temporada boa. Joguei uns 14 jogos de 23 e fomos campeões do Clausura e do Nacional”.